Finanças em Casal: Como Gerir?

À procura da melhor forma de gerir as finanças em casal?

Este artigo não tem uma fórmula mágica, e não te diz a maneira certa de fazeres as coisas, mas deixo-te alguns conselhos e sugestões que podes adoptar e partilhar com a tua cara metade, para que juntos encontrem a melhor forma de gerir as vossas finanças.

1 – Quando introduzir o tema “dinheiro” na relação?

Um dos principais motivos de divórcio e de discussões entre casais, é o dinheiro.

O dinheiro ainda é um assunto tabu para muitas pessoas, mas não o pode ser quando decides partilhar a vida com alguém.

E porque todas as relações têm as suas fases, e são únicas, não existe uma forma certa de fazer as coisas e o assunto “dinheiro” deve ser introduzido de uma forma gradual e natural na vida do casal.

Numa fase inicial, em que ainda se estão a conhecer, não têm despesas em comum e não partilham a vida debaixo do mesmo tecto, não faz muito sentido introduzir o tema do dinheiro a não ser na perspectiva de perceber e partilhar a relação que cada um tem com ele, bem como sonhos e objetivos de vida.

Os comportamentos de cada um são um bom indicador da relação com o dinheiro e são fáceis de perceber nos primeiros meses de uma relação.

Existe uma postura mais consumista e desorganizada ou o oposto?

À medida que a relação se for tornando mais sólida, é natural que se comecem a desejar e partilhar sonhos e objetivos, e esta é uma excelente altura para se aprofundar o tema: a forma como cada um acha correto gerir o seu dinheiro, o que valorizam e quais as prioridades, objetivos e sonhos que têm.

É quando o casal decide iniciar a vida debaixo do mesmo tecto, que o diálogo sobre dinheiro é fundamental e esta fase da vida deve ser iniciada com o tipo de gestão financeira que vão fazer, muito bem definida.

É provável que a maneira como gerem o vosso dinheiro mude com o passar do tempo, mas é muito importante que tentem começar a vida a dois alinhados, e com à vontade para falar sobre o assunto “dinheiro” sempre que necessário.

2 – Honestidade acima de tudo

A comunicação entre um casal é fundamental para as coisas correrem bem, e quando o assunto é dinheiro isso não é excepção.

Deves estar à vontade para falar sobre dinheiro, sobre o que ele representa para ti e a relação que tens com ele, bem como saber a perspectiva do/a teu/tua parceiro/a sobre o assunto.

Não tornem o tema “dinheiro” um assunto proibido ou desconfortável, e procurem sempre não discutir, mas sim conversar e partilhar pontos de vista sobre o assunto.

Procurem ser honestos e partilhem quanto ganham, não escondam dívidas se elas existirem, partilhem no que gostam (e não gostam) de gastar o vosso dinheiro, não escondam se tiverem algum tipo de compulsão/vício, muito menos sonhos e objetivos.

Com diálogo, honestidade e compreensão as finanças em casal correm bem e conseguem-se grandes feitos com duas pessoas a lutar pelos menos objetivos.

3 – As Diferentes formas de Gerir as Finanças em Casal

Não existe uma forma certa de gerir as finanças em casal.

As finanças são pessoais, e não existem duas relações iguais, por isso cada casal deve escolher a forma certa PARA SI de gerir o seu dinheiro, sendo o importante aqui, que seja uma decisão tomada em conjunto e com a qual estejam os dois confortáveis.

São estas as 3 formas diferentes de gerir as finanças em casal, caso já vivam em conjunto:

Neste cenário, o casal tem só uma conta, onde recebem ambos os salários e de onde pagam todas as despesas. O dinheiro é dos dois, e a gestão deve ser feita em conjunto.

No início da relação pode não ser a opção mais confortável ou desejável, pois ainda se estão a adaptar às dinâmicas e comportamentos de cada um. É uma opção mais frequente quando o casal já está junto há mais tempo ou tem filhos em comum.

O importante neste cenário é que as expetativas de ambos estejam alinhadas.

Saberem e concordarem no que cada um gosta e quer gastar o dinheiro, é fundamental para não existirem discussões, mas sim liberdade e compreensão na hora de cada um gastar o seu dinheiro.

Com uma boa organização financeira, e um controlo semanal conseguem perceber se o salário de ambos cobre as despesas fixas, as despesas variáveis e se assegura alguma poupança, claro.

Escrevi um artigo com o passo a passo para organizares as tuas finanças pessoais, que pode ajudar nesta parte da organização e controlo.

Optar por este cenário é ter uma conta dos dois, e cada um ter depois uma conta pessoal que gere à sua maneira.

A conta conjunta deverá ter dinheiro para assegurar os gastos conjuntos (renda/empréstimo da casa, supermercado, contas da casa, combustível, mensalidades, empregada/serviços, gastos com os filhos, etc.)

Na conta de cada um, está o dinheiro para tudo o resto, ou seja, gastos que não são partilhados pelo casal: cabeleireiro e manicure, ginásio, consumo, prendas, lazer, etc.

Para a conta conjunta, cada elemento do casal deve contribuir com um valor falado e acordado por ambos: ou metade do valor das despesas fixas, ou uma parte do valor das despesas fixas que seja proporcional ao que cada elemento recebe de rendimentos.

O Activobank é uma boa opção para esta conta, uma vez que não cobra comissões de gestão ou manutenção de conta.

Se não existir uma conta conjunta, cada elemento do casal fica responsável por pagar uma parte das despesas.

Por exemplo: um elemento paga a renda/empréstimo e as despesas da casa, e o outro paga o supermercado, o combustível e a creche.

Pode e deve aplicar-se o esquema acima em que cada elemento do casal contribui com um valor falado e acordado por ambos.

Este cenário se não for controlado é mais propício a que exista desorganização e desequilíbrio financeiro, mas é adoptado e resulta muito bem em alguns casais.

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4 – Qual o contributo de cada um?

Este deve ser um assunto falado, e devem ser ouvidas e partilhadas as opiniões de ambos.

Existe um elemento do casal que ganha substancialmente mais do que o outro? Existe um elemento cujo peso das despesas pesa mais no orçamento geral? Falar sobre isso é a solução.

Mais importante do que o contributo, é existir saúde financeira na realidade de cada um. Se cada elemento do casal tiver gastos alinhados com o salário que recebe, isso vai refletir-se na saúde financeira do casal.

Se ambos fizerem uma boa gestão do seu dinheiro, e se tiverem um estilo de vida alinhado com o salário que recebem, não será problemático encontrar uma dinâmica que resulte para o casal.

O importante é que ambas as partes estejam confortáveis e que um elemento não se sinta desconfortável por “sustentar” o outro.

Se só existir uma conta, tudo é pago do mesmo sítio, e o contributo de cada um acaba por não ser relevante e por se desvanecer nos diferentes gastos do mês. O importante é que seja tido em conta o referido acima: um dos elementos não ter gastos desproporcionais ao seu salário.

No caso da conta conjunta, a decisão sobre o contributo de cada um depende de casal para casal e de salário para salário. Se um dos elementos ganhar menos, pode contribuir menos e dentro das suas possibilidades, e o membro que recebe mais suporta uma parte maior das despesas. Caso o salário seja semelhante, podem dividir todas as contas e cada um contribui com o mesmo montante.

A decisão deve ser tomada em conjunto, e como já referido, acordada entre ambos.

5 – A Importância do Alinhamento

É importante que um casal esteja alinhado em questões de finanças e que os objetivos neste campo sejam comuns e partilhados, correndo o risco, caso não sejam, de existirem discussões.

Se não falarem sobre o assunto, vão gastar e/ou poupar o vosso dinheiro de forma individual e alinhada unicamente com os vossos interesses, o que vos pode afastar enquanto casal ou até mesmo criar algum atrito.

É por isso que é muito importante falarem sobre os vossos sonhos e projetos enquanto casal para remarem os dois para o mesmo lado na hora de ganhar, gastar e poupar dinheiro.

Qual o vosso objetivo comum? Juntar para comprar uma casa? para as próximas férias? um carro novo para a família? assegurar o futuro dos filhos? reforma antecipada?

Se houver um (ou vários) objetivos em comum e se tirarem algum tempo para falar e refletir sobre ele, gastarão ambos o vosso dinheiro de forma mais intencional e alinhada com aquilo que querem para a vossa vida enquanto casal, o que só vos aproxima.

6 – Onde ficam os gastos pessoais?

Uma peça de roupa que gostas, uma mala, uns sapatos, um jantar com amigas, uma ida à bola, uma consola de jogos.. onde fica tudo isso se tu e o/a teu/tua parceiro/a optarem pelo dinheiro “dos dois”?

Esses gastos devem existir na mesma, obviamente, se couberem no vencimento que recebes e/ou nas poupanças que fazes para o efeito.

Se tens o mínimo de controlo das tuas finanças pessoais, sabes perfeitamente quanto ganhas e quanto gastas, e perceberás mediante essa análise quanto dinheiro tens por mês do teu vencimento, para este tipo de gastos de consumo ou lazer.

O importante é que não leves um estilo de vida que não está alinhado com o teu vencimento, de forma a evitares discussões com o/a teu/tua parceiro/a.

É muito importante que nenhum dos elementos do casal controle ou prive o outro de gastos que quer e acima de tudo, pode ter.

7 – Como controlar as finanças do casal?

Tal como na gestão das finanças pessoais, na gestão das finanças em casal um orçamento e o posterior registo e controlo de despesas é fundamental, por isso é algo que não deve ser descurado.

Com um orçamento mensal feito, conseguem perceber perfeitamente qual o vosso rendimento e as vossas despesas enquanto casal, quanto é que cada um tem de contribuir se optarem por dividir as contas, programar e planear pagamentos importantes, construir uma poupança em conjunto, etc.

Depois do orçamento feito, registar e controlar os gastos permite que percebam em que é que gastam o vosso dinheiro e se precisam de fazer algum ajustamento, e controlar a evolução de gastos importantes ao longo do mês: supermercado, água, luz, gás, etc.

Escrevi um artigo sobre como construir um orçamento mensal, que apesar de estar direccionado para as finanças pessoais, pode ser perfeitamente aplicado na gestão das finanças em casal.

O controlo e gestão das vossas finanças deve ser feito pelos DOIS, e deve ser falado e revisto com frequência.

Na base do diálogo e da compreensão, o tema do dinheiro deve ser levado com leveza na relação e devem ser sempre encontradas soluções em conjunto para ultrapassar os momentos financeiros mais complicados e desafiantes.

Espero que estas sugestões que partilhei contigo te ajudem a abordares o tema das finanças pessoais com o/a teu/tua parceiro/a de uma forma leve e que encontrem em conjunto a melhor maneira de gerirem o vosso dinheiro.

Partilha com ele/ela ou com alguém que aches que pode beneficiar destas sugestões.

Obrigada por estares desse lado.

Cat


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